O triste fim de Sebastiana de Melo Freire, que ficou mais conhecida como dona YAYA, que passou a maior parte de sua vida trancada sozinha em uma casa e só saindo de lá morta.
Olá, amigos, da Paranormal Attack e da Paranoia S/A, estamos aqui hoje para falar de mais um mistério de São Paulo, baseado em um terrível e cruel fato de nossa história.
Hoje vamos falar sobre a vida e o triste fim de Sebastiana de Melo Freire, que ficou mais conhecida como dona YAYA, que passou a maior parte de sua vida trancada sozinha em uma casa e só saindo de lá morta.
Mas quem era Dona YAYA, e por que isso aconteceu com ela? Sebastiana de Melo Freire nasceu em 21 de janeiro de 1887 e faleceu em 4 de setembro de 1961, YAYA nasceu numa família abastada de pertencente a alta sociedade do interior paulista.
YAYA, nasceu rica e se sua vida não fosse marcada por uma sequência de tragedias dignas de filme suspense, provavelmente não estaríamos falando dela aqui, sua vida foi marcada por grandes traumas que vamos enumerá-los agora.
Seus pais eram Josefina Augusta de Almeida Melo e Manuel de almeida Melo Freire, sua mãe era o que uma socialite e seu pai era um fazendeiro, empresário e político no Estado de São Paulo, ela tinha mais duas irmãs e um irmão.
E as tragédias que assombrariam a sua vida, já começam cedo enquanto ainda morava em Moji das Cruzes, sua irmã de apenas três anos de idade morre asfixiada, e sua outra irmã que ao completar 13 anos morre por infecção de tétano, em um curto período de poucos anos, ela perde suas duas irmãs.
Mas as tragédias não param por aí, em 1889, a mãe de Yaya morre de causas que não conseguimos descobrir e poucos dias depois seu pai vem a falecer também.
Ficando sozinha com Manuel de Almeida Melo Freire seu irmão, passam por ordem do estado a serem tutorados por Manuel Joaquim de Albuquerque Lins, que foi de 1908 a 1912 presidente do Estado de São Paulo, cargo que hoje equivale a governador.
Devido ao fato de seu tutor ser de São Paulo, Yaya e seu irmão vieram morar junto de seu tutor, ela foi estudar no colégio Sion, aliás o mais prestigiado de São Paulo e seu irmão foi para a faculdade de direito do Largo São Francisco uma das mais importantes do país.
E tudo parecia que novamente entraria nos eixos, mas infelizmente Yaya ia passar por outra tragédia, seu irmão desde tenra idade já tinha sido diagnosticado com grave doença mental, que era tratado dentro dos poucos recursos que a época oferecia, e parecia que ia tudo bem até que no ano de 1905, Manuel numa viagem de navio que fazia para Buenos Aires, não é encontrado em sua cabine e em nenhum lugar do navio, devido ao seu histórico de doença mental, seu desaparecimento foi encerrado pelas autoridades como suicídio, ele teria pulado no mar, pelas nossas pesquisas não encontramos testemunhas do ocorrido.
Yaya, aos vinte anos se torna sozinha no mundo, dona de uma vasta fortuna e solteira, vale a pena lembrar que naquela época, início do século XX a sociedade não via com bons olhos, uma mulher sozinha e pior ainda rica, as mulheres eram consideradas incapazes de cuidarem da própria vida, naqueles tempos de forte patriarcado eles consideravam que o correto era a mulher sair direto das mão dos pais e ir para a tutela do marido, guardem essa informação para o que vira mais adiante.
Sozinha e não precisando dar satisfações para ninguém, ela comprou um palacete na rua 7 de Abril e lá ela recebia seus amigos, promovia saraus, e era amante das artes, principalmente fotografia, onde mantinha um estúdio fotográfico completo, o que é caro até os dias de hoje. Havia também relatos que sua residência vivia cheia de pretendentes, que ela recusava todos, por achá-los interesseiros.
Amava todo o tipo de artes, adorava fotografar a bela cidade de Santos, a qual ia de carro sempre em alta velocidade, nunca se relacionou com ninguém mas mantinha uma paixão por um aviador, Eduardo Pacheco Chaves, mais conhecido como Edu Chaves, e essa vida livre demais, que era exclusividade dos homens, deixou muitas senhoras da sociedade e homens também muito desagradados.
Tudo ia bem para Yaya até 1918, quando ela tentou suicídio e no ano seguinte ela foi internada em um sanatório, não conseguimos encontrar os motivos para a internação e nem o nome do médico que deu a ordem.
A partir daí a vida de Yaya mudou drasticamente, interditada o que na prática significa que a liberdade de Yaya foi extinta, ela não é mais capaz de decidir nada em sua vida, como se esperado de todas as mulheres de sua época.
Seus curadores, acreditam que ela deve ser isolada, e consideram o seu palacete na rua 7 de Abril, muito inadequado para isolá-la, e por isso compram uma propriedade no bairro do Bixiga, onde eles podem fazer o que bem entenderem daquela mulher longe das vistas dos curiosos.
Enquanto Yaya era presa, quero dizer isolada para seu próprio bem, sua fortuna que era considerado o maior patrimônio imobiliário de Mogi das Cruzes, além de 75 imóveis em São Paulo localizados nos pontos mais caros da cidade, que era a praça da sé, praça da república e largo do Paissandu.
Enquanto Yaya estava sendo cuidada longe dos olhos dos curiosos, outros curadores e parentes lutavam pelo direito de administrar sua fortuna, tudo devidamente encoberto pelos jornais da época, afinal como dissemos antes que era essa mulher para achar que poderia viver sem um homem para dizer que ela pode ou não fazer.
A nova casa de Yaya foi projetada para ser o manicômio particular, o que parecia ser algo luxuoso e levado em conta o seu status social, na verdade não passou de uma prisão particular, com intuito de vigiar e impedir que Dona Yaya pudesse um dia sair daquele inferno particular.
Janela só abre por fora
As janelas tinham vidros duplos, para isolamento acústico, além de grades de ferro, portas pesadas com visores transversais, e janelinhas para passagem de comida, como se estivessem tratando de uma pessoa agressiva, além de janelas nos corredores da casa para que ela pudesse ser vista não importa onde ela estivesse, e para finalizar um bonito solário, que sua única função era permitir que a paciente detenta pudesse tomar sol, sem ter acesso ao lindo e arborizado jardim da casa comprada com seu dinheiro.
Nesse lugar Yayá viveu por 40 anos sendo trancada e escondida da sociedade, sem herdeiros seus tutores indicados pelo estado foram José de Souza Queiros e sua amiga Eliza Grant, que na época procuraram o renomado psiquiatra Franco da Rocha, para que ele desse um laudo atestando que dona Yayá era perigosa para si mesma e para as pessoas a sua volta, Franco da Rocha recusou dar tal laudo, o que ao nosso ver deixa mais claro ainda os interesses dos tutores sobre a fortuna de dona Yayá.
Não se dando por vencidos eles procuram outro psiquiatra que lhes faz a suas vontades e o nome dele é Juliano Moreira, diretor do hospício de alienados do Rio de Janeiro, que não somente concorda com a aberração que é trancar uma pessoa sozinha numa casa, como também auxilia nas mudanças da planta do imóvel para que ele se torne o presidio particular de dona Yayá.
Essa pobre mulher passou os próximos 40 anos de sua vida trancada e isolada do mundo, o que contribuiu para que enlouquece-se de verdade, lá ficou até a sua morte aos 74 anos no ano de 1961, por insuficiência respiratória no hospital São Camilo.
Após a sua morte, seus tutores ainda se beneficiaram de sua fortuna por sete anos, até que a justiça decidisse que todo o seu patrimônio fosse passado para a Universidade de São Paulo.
Reza a lenda que a última morada de Dona Yayá onde ela foi presa e lá ficou isolada até perder a sanidade, se tornou também a prisão de sua alma, pois existem centenas de relatos de pessoas, que dizem que ouvem gritos ensurdecedores dados por ela enquanto vivia isolada, e que ainda podem ser ouvidos a noite quando não tem ninguém no local.
A relatos dos moradores mais antigos, que afirmam já ter visto a mulher andando pelo jardim da casa, desfrutando dele da maneira que não lhe foi possível ser feita em vida.
E você que nos ouve ou nos assiste, acredita que Dona Yayá ainda vague pela casa que foi sua prisão, acredita que seu espírito está preso lá, clamando por justiça.
Na opinião da Paranormal Attack, não à para nós a menor duvida que essa mulher sofreu grandes traumas com a perda precoce de toda a sua família, mas acreditamos que sua maneira de viver a frente do seu tempo, juntamente com um fortuna considerável, causou o ódio e a inveja de muita gente, o que resultou no fim trágico de sua vida.
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