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Castelinho Rua Apa

Castelinho da Rua Apa

Documento Verdade – Vamos falar de um fato que marcou a primeiras décadas do século XX aqui em São Paulo e que se transformou numa das maiores lendas urbanas dessa cidade.

Olá, amigos,  da Paranormal Attack e do Paranoia S/A, hoje vamos falar de um fato que marcou a primeiras décadas do século XX aqui em São Paulo e que se transformou numa das maiores lendas urbanas dessa cidade.

O crime do castelinho da rua Apa, essa história aconteceu no dia 12 de maio de 1937, onde uma família abastada, que morava numa residência em formato de castelo no estilo francês, passou por uma tragédia nunca solucionada, que ao passar das décadas, se transformou numa lenda urbana, cheia de histórias sobrenaturais.

Tudo começou no ano de 1912 quando o castelinho foi construído, construção a qual até os dias de hoje não tem nada parecido na cidade, seus proprietários eram a família Reis, que viveram lá de 1912 a 1937, a família Reis era dona do cinema Broadway que se localizava na avenida São João que na época era um dos endereços mais exclusivos de São Paulo, hoje é uma avenida decadente e cheia de moradores de rua, no velho centro da cidade.

O castelinho da rua Apa foi o palco de uma tragédia que abalou a sociedade paulistana do anos 30.

Naquela mansão houve supostamente um triplo homicídio seguido de um suicídio, e por que falamos supostamente? Falamos isso porque a polícia presume que as coisas aconteceram dessa forma, porque primeiro não há testemunhas, segundo a investigação é apontada por muitos jornalistas e pesquisadores do ocorrido como incompleta e terceiro a cena do crime parece modificada.

Vamos falar agora como consideram que as coisas ocorreram naquela noite fatídica. Noite de 12 de maio de 1937, a viúva Maria Cândida Guimarães de 73 anos estava na casa com seus dois filhos Álvaro Guimarães Reis de 45 anos e Armando Guimarães Reis de 43 anos, e nessa noite todos estariam mortos.

A primeira pessoa a encontrar a cena de horror foi a cozinheira da família, Elza Lengfelder que morava numa casa anexa a residência, casa a qual hoje é utilizada pela ong mães do Brasil, e as 21:00 a polícia já se encontrava no local e começava a fazer a perícia.

O que a polícia encontrou no local foi três corpos no chão de forma paralela, uma posição estranha, quase como se tivessem sido arrumados naquela posição, Armando de olhos abertos e uma pistola modelo alemã calibre 9 mm próxima de Álvaro, que fez a polícia pensar em duplo homicídio seguido de suicídio.

Mas a polícia cientifica discordava totalmente da ideia dos investigadores, segundo os investigadores, Álvaro queria fechar o cinema e no lugar construir um ringue de patinação no gelo.

Como o pai deles era quem cuidava de tudo o que se relacionava as finanças e os negócios da família, e havia falecido a 60 dias, Álvaro na qualidade de filho mais velho, se sentiu no dever de assumir o lugar do pai e se autointitulou gestor financeiro da família.

E assim teria decidido fechar o cinema na intenção de começar o seu próprio negócio, para sair sombra do pai e mostrar que também era capaz de ser um grande empresário.

Armando teria sido contra fechar um negócio que estava no auge da sua lucratividade e se opôs a Álvaro que num rompante de fúria teria sacado a pistola automática para matar Armando.

Nesse momento a polícia coloca duas hipóteses a primeira de que Armando teria usado a própria mãe como escudo e a segunda é que ela ao ver a arma na mão de Álvaro, num ato de desespero se jogou na frente do filho que estava sendo ameaçado na tentativa de que o outro desistisse de atirar. E em qualquer uma das hipóteses Álvaro acabou se querer baleando a mãe e o irmão num ato de fúria avançou contra o irmão e acabou também baleado, fazendo Álvaro no auge do desespero tirar a própria vida.

Agora vamos ao que a polícia encontrou nos corpos e nossa opinião de que esse motivo não é valido.

Porque achamos que Álvaro não tinha a intenção de fechar o cinema para abrir um ringue de patinação. Álvaro era um homem de negócios, e ele sabia que o cinema estava no seu auge, já que naquela época não existia televisão no Brasil, e a primeira emissora só foi inaugurada em 1956, e o primeiro shopping só foi inaugurado em 1960 no Rio de Janeiro, e os cinemas em shopping só vieram existir muito tempo depois.

O que fazia o cinema da família Reis, ser um negócio de altíssimo lucro garantido e ainda estabelecido no ponto mais badalado da cidade, o que geraria receita mais do que suficiente para Álvaro abrir o seu ringue de patinação, sem fechar a galinha dos ovos de ouro, aliás fechar o cinema deixa a estória da polícia mais sem fundamento ainda, porque seria muito mais crível, se falasse em vender.

Agora os fatos que os legistas e a polícia cientifica descobriu, que invalida a ideia de crime dos investigadores.

Os legistas não encontraram pólvora nas mãos de Álvaro, mas sim nas mãos de Armando, os corpos estavam no chão paralelos uns aos outros, Álvaro tinha dois tiros no coração o que torna a ideia de suicídio inviável, a mãe deles tinha quatro tiros no corpo, sendo que um foi nas costas e não era do calibre da pistola de Álvaro, o que faz supor uma quarta pessoa na cena do crime, e essa segunda arma nunca foi encontrada.

Outro detalhe que somente apareceu após algum tempo de investigação é que Álvaro estava muito endividado, foram descobertas promissórias de valores expressivos, e numa análise das promissórias, foi descoberta uma fraude, todas foram adulteradas acrescentando um zero, para aumentar mais ainda a dívida de Álvaro, curiosamente os credores e sócios de Álvaro nunca apareceram para cobrar a dívida, e com todas esses fatos e o laudo do legista, a policia encerrou o caso como assassinato seguido de suicídio.

E que fim levou o castelinho da rua Apa ?

castelinho da Rua Apa - SP
Crime na Rua Apa

Os parentes de segundo e terceiro graus, tentaram assumir o castelinho, o cinema e outros negócios da família, mas eles não conseguiram nada, devido a uma lei promulgada por Getúlio Vargas, que proibia que parentes de segundo e terceiro graus, herdassem qualquer numerário, títulos ou imóveis, se estes não estivessem especificados em testamento.

O resultado é que todos os bens da família Reis passaram a ser propriedade da União, e o castelinho passou para as mãos do INSS que usufruiu da propriedade por anos, sem jamais fazer uma única manutenção.

A lei de Getúlio foi revogada, e os parentes da família Reis não conseguiram o imóvel de volta, que depois de anos de uso sem nenhum cuidado ou manutenção foi simplesmente abandonado pelo INSS, e o local foi se deteriorando com o passar dos anos e foi colecionando relatos e histórias sobrenaturais.

Agora que vocês sabem a história do castelinho da rua Apa, chegou a hora de conhecer o lado sobrenatural daquele lugar que foi fadado a nunca ser esquecido pela sua horrível história.

Eu conheço a história do castelinho da Apa a muito tempo, e todos aqueles que seguem o canal, já sabem que eu me interesso pelo sobrenatural e o paranormal desde os meus 15 anos.

Por isso no ano de 2002 eu estive no castelinho e vi com meus próprios olhos o quanto aquele local estava destruído. Lembro como se tivesse estado ontem lá, era um dia frio de inverno, uma segunda feira nublada, cheguei no local no início da tarde, desci do metrô e fui andado até lá.

Encontrei o local em escombros com algumas partes já sem o telhado, o vitral da claraboia da sala principal estava cheio de buracos, mas o que mais me chamou a atenção foram os moradores de rua.

São Paulo é cheia de moradores de rua, e eles e os sem teto não deixam passar um prédio ou uma casa abandonada, onde eles possam se esconder da chuva e do frio.

Cheguei junto as grades ornamentadas do muro e fui contornando a propriedade e vi muitos barracos de papelão em torno do imóvel e achei que de alguma forma o castelinho estivesse trancado e eles não conseguiram arrombar, mas verdade era outra. Um morador de rua vendo que eu estava parado junto a grade, saiu do seu papelão e veio me pedir dinheiro, falei que daria uns trocados se ele me respondesse umas perguntas, ele ficou meio receoso, e já foi gritando não sei de nada! Nisso outros moradores de rua chegaram junto, perguntando seu eu era da polícia, depois de conseguir me explicar e dar uns trocados, pelo menos uns três ficaram ansiosos para desabafar sobre o castelinho.

Eu queria saber se alguém estava ocupando o lugar tipo os sem teto e por isso eles estavam do lado de fora. A resposta foi, ninguém consegue ficar aí dentro, perguntei se é porque o teto poderia estar caindo ou coisa do tipo, e nesse momento começaram a se atropelar, um querendo falar na frente do outro, o que eles me disseram é que ninguém conseguia dormir lá ou mesmo morar, por causa dos gritos, do choro e de barulho de tiros.

Isso mesmo, choro, gritos e barulho de tiros, além de luzes que se acendiam sem nem sequer ter uma lâmpada ou luz elétrica no lugar.

Disseram que ficar no jardim já era uma proteção melhor que ficar na calçada, e que não tinham coragem de entrar no castelinho, teve gente que acordou com gritos de sai daqui, ou ouviu choro na madrugada na escuridão, que ouviam discussões e gritos, e cômodos que se iluminavam como se luzes fossem ligadas, o pavor deles para mim, parecia real.

Hoje completamente restaurado e tendo sua visitação ao público, como patrimônio cultural da cidade, quem sabe um dia a verdade sobre o que aconteceu naquela vem à tona.

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